Chegámos a Curitiba depois de um longo dia na estrada, várias boleias e um último autocarro até ao centro da cidade. No terminal, decidimos procurar algum lugar para contactar com o Wanner, nosso host de couchsurfing. E foi assim que encontrámos o Hotel Terrazas, do outro lado do terminal, cujo rececionista nos forneceu a password de wifi, os sofás, a casa-de-banho e todo o tempo do mundo até chegar o Wanner! Uma simpatia. Ele veio buscar-nos de carro e levou-nos ao seu magnífico apartamento, onde vive sozinho, no centro da cidade. Mais tarde chegou o Rafa, um amigo seu, e saímos todos para tomar cervejas artesanais num bar local. Desde cedo compreendi que nos iríamos dar muito bem entre os quatro. O Wanner e o Rafa eram muito simpáticos, sociáveis e interessantes. Foram horas de boas conversas, logo na primeira noite!
No dia seguinte, aproveitámos para sair e conhecer a cidade. O Wanner e o Rafa levaram-nos de carro para todo o lado e explicaram-nos tudo sobre esta cidade, capital do estado de Paraná e é considerada a cidade com maior qualidade de vida do Brasil. Conhecemos o icónico Museu Oscar Niemeyer, e o seu olho gigante, obra do grandioso arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer e imagem de marca da cidade. Conhecida pelos seus dias cinzentos, eu e a Sara afirmámos que iríamos trazer o sol a Curitiba. E assim foi! Os dias estavam bastante agradáveis, ainda que longe de se sentir o calor de verão que tanto esperávamos no Brasil.
Museu Oscar Niemeyer entre amigos.
Curitiba – Espaços da cidade.
O centro histórico de Curitiba é muito bonito, com as suas ruas de pedra e casas coloridas. A rua XV de Novembro é um marco da cidade, uma vez que representa o centro de comércio popular. Ainda que Curitiba seja uma cidade bastante virada para o avanço tecnológico e industrial, a verdade é que conserva ainda bastantes traços da época em que chegaram imigrantes alemães, polacos, italianos e portugueses. Almoçámos os quatros juntos num restaurante local. Na realidade, era mais uma taberna do que o restaurante mas o preço baratíssimo do prato do dia e o serviço rápido foram decisivos para a decisão!
Centro histórico de Curitiba.
De tarde, fomos passear por vários espaços verdes. Curitiba é muito conhecida pelos seus incontáveis parques e jardins. São mais de 40! É-me completamente impossível enumerá-los a todos, mas de destacar a Universidade Livre do Meio Ambiente, que fez de Curitiba a primeira cidade do mundo a construir um espaço de estaudo da ecologia e do meio ambiente direcionado à população, o Bosque Alemão e o Bosque do Papa, o Parque Tanguá com as suas fontes, lagos, cachoeiras e miradouro impressionante, e o Parque Barigui, o que mais Curitibanos atrai ao longo do ano.
Universidade Livre do Meio Ambiente em Curitiba.
Bosque do Papa – típicas casas polacas e uma estátua, no mínimo estranha, do Papa João Paulo II.
Vista de Curitiba desde o topo do Bosque Alemão.
Parque Tanguá com a malta!
Cervejas com amigos e pôr-do-sol no Parque Barigui.
No domingo, depois de um skype de aniversário com a minha mãe, devidamente apresentada ao Wanner e ao Rafa e logo convidando-os para nos visitar em Portugal, fomos almoçar a casa de umas amigas dos nossos anfitriões. Um pormenor bastante útil e interessante, que reparei que acontece aqui em Curitiba, é que no supermercado é possível dividir a conta e pagá-la individualmente! Ora, no domingo éramos um grupo de oito pessoas e fomos todos juntos ao supermercado comprar coisas para o almoço de gnocchi da Alina e o jantar de feijoada das miúdas portuguesas. A senhora da caixa dividiu a conta por oito e esperou pacientemente enquanto cada um pagava individualmente, algo que considero muito difícil acontecer em Portugal! Cada vez que pedimos isso num restaurante ou num bar é uma complicação, imagino num supermercado…
O dia passou-se muito bem, tal como um tradicional domingo em família, e na segunda-feira de manhã saímos de Curitiba com duas novas amizades na mochila e a certeza de um reencontro em Portugal num futuro próximo!
Domingo de boa companhia e experimentos gastronómicos, que mais poderíamos nós pedir?
Nómadices 