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Um ano de viagem na América do Sul!

No dia 2 de Outubro celebrámos um ano de viagem na América do Sul, um ano desde que saímos de Portugal em direção à Colômbia. Aquilo que seria uma viagem de três meses pela Colômbia, Equador e Perú tornou-se uma aventura de doze meses por nove países da América do Sul, juntando-se aos três primeiros a Bolívia, Paraguay, Chile, Argentina, Uruguay e Brasil. O ponto de partida foi conhecer as pessoas certas, que nos inspiraram e nos mostraram que sim, é possível fazer isto. Muito rapidamente percebi que tipo de viagem queria e não era a típica de um mês, por Machu Picchu, Salar de Uyuni, San Pedro de Atacama e mais algum ponto demasiado turístico, a ficar em hostels e a falar inglês todo o dia com gringos que vieram fazer exatamente a mesma coisa. Não. Eu queria A experiência. A viagem de uma vida. Um sonho único. Era agora ou nunca. Acho que o momento em que percebi isso foi em Medellin, na Colômbia, quando estava num parque na zona Rosa, à noite a beber cerveja, com a Sara e um grupo de viajantes do hostel, sendo que um era francês e estava a viajar há dois anos.

Assim, a decisão de perder o vôo de regresso a casa em Dezembro passado foi tomada logo nas primeiras semanas na Colômbia. Lembro-me de estarmos num hostel em San Agustín, cerca de quatro semanas depois de chegarmos, com uns amigos de Israel e da Suíça, a beber umas cervejas no terraço. Respirei fundo, ganhei coragem e disse à Sara “Sabes… Acho que vou mesmo ficar, depois de Dezembro.” ao que ela responde “Então mas isso não estava já mais do que definido?”. E foi assim que nos rimos que nem loucas e começaram todos os planos para um futuro não tão distante!  A mudança de planos foi tomada com muita determinação mas também muito medo. Nesse momento, um milhão de questões passavam pela minha cabeça: Como vou ter dinheiro para continuar a viajar? E para comprar um novo vôo de regresso a casa? Será que é possível trabalhar aqui sem visto de trabalho? E quando volto? Será que estou preparada para ficar do outro lado do mundo sem planos? Mas o sonho estava tão perto… Foi preciso ajustar os planos de viagem. Trabalhar por 3 meses no Equador. Diminuir os custos ao mínimo. Usar e abusar do couchsurfing e das boleias. Mas valeu tão a pena e é tão bom olhar para trás e ver que sim, conseguimos, apesar dos medos, das ideias feitas (“A América do Sul é tão perigosa!) e dos imprevistos. Um ano de experiências incríveis, recheado das melhores pessoas que conheci na minha vida, de partilha, de aprendizagem, de milhares de km, de selva, de praia, de deserto e de montanha! Foi apenas a primeira, venham as próximas!

2 de Outubro de 2016

Este dia começou com os preparativos para uma feijoada portuguesa, em casa da Taicy, a nossa amiga de São Paulo, que conhecemos no Equador, com a sua mãe e o seu primo, à qual se juntaram o Paulo e o seu namorado Rodrigo, que conhecemos nesse dia. O Paulo trouxe cachaça e fez caipirinhas e a mãe da Taicy comprou duas sobremesas. Foi um daqueles almoços tipicamente portugueses, que durou até às 16h!

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Almoço de família – 2 de Outubro de 2016, São Paulo, Brasil.

Durante a tarde fomos até à Vila Madalena, um popular bairro de bares, mais alternativo, em São Paulo. Esta zona atrai imensos jovens, especialmente ao fim-de-semana, e neste em particular estava a decorrer o Festival de Música Instrumental.

Celebrações na Vila Madalena.

A noite seguiu em direção ao Quintal do Espeto, onde estava a decorrer uma roda de samba. Havia um grupo que estava a tocar samba ao vivo e as pessoas íam dançando à sua volta! Foi muito bom! Conseguimos negociar com o porteiro para não pagar nada de entrada e cada um recebeu um cartão para escrever o consumo pessoal. Gostei bastante do conceito deste lugar, não era necessário fazer um pedido particular, mas era o próprio empregado de mesa que ía passando com bandejas e espetadas de diversos tipos (carne, queijo, tomate, pão de alho) e cada um retirava o que queria. Conversa puxa conversa, acabámos por ficar com o grupo de samba na rua, uma vez que a Taicy e o Paulo faziam questão de tirar uma foto com todas as pessoas que encontrávamos em estilo de celebração pelo nosso aniversário de viagem!

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Com o grupo Inovasamba e algumas fãs!

Os miúdos eram muito simpáticos e seguimos para outro bar, uma vez que o Quintal do Espeto estava a fechar. Entre cervejas e conversas, o melhor das viagens revelou-se na forma de uma conversa que tive com um dos rapazes do grupo do samba, que me dizia “Nossa, que legal! Nem acredito que estamos aqui com gente de Portugal!” como se fosse algo muito exótico, ao que eu respondi “Se isto é incrível para ti, é exatamente o mesmo para mim, estar aqui na conversa com um grupo de samba que ainda há uma hora atrás estava a dar um concerto num bar cheio!”. A inspiração e admiração em dois sentidos!

A noite terminou de forma inesperada, numa discoteca de hip-hop, pelas 4h da madrugada. Foram um dia e uma noite especiais, eu e a Sara divertimo-nos imenso na companhia dos nossos amigos. Tudo decorreu de forma espontânea e tenho que admitir que fiquei surpreendida com o número de bares e discotecas abertos, assim como o número de pessoas de rua, a um domingo à noite! São Paulo é, verdadeiramente, a cidade que nunca dorme!

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